
O Observatório de fronteiras para pesquisas em energia geotérmica (FORGE, Frontier Observatory for Research in Geothermal Energy) é um projeto desenvolvido para pesquisas de testes, novas ferramentas e tecnologia.
Em novembro de 2018, iniciamos uma parceria de cinco anos com o projeto Utah FORGE na Universidade de Utah. O projeto é patrocinado pelo Departamento de energia (DOE, Department of Energy) dos EUA com o objetivo de oferecer pesquisas sobre sistemas geotérmicos aprimorados EGSs.
A energia geotérmica é decorrente do calor presente na crosta terrestre, que se origina do núcleo quente e fluido da terra. Esse calor pode atingir profundidades rasas ou a superfície terrestre em áreas onde a crosta é fina ou fraturada, ou onde há atividade vulcânica significativa (geralmente ao longo dos limites das placas tectônicas, como oCírculo de fogo do Pacífico). Podemos ver toda a sua capacidade em incríveis formações naturais, como vulcões, gêiseres e fontes termais.
Algumas formações geológicas da subsuperfície são permeáveis devido a características estruturais, como falhas ou características das rochas, o que significa que líquidos ou gases podem passar por elas. Nesses ambientes permeáveis, a energia térmica natural pode ser transferida para fluidos subterrâneos e criar reservatórios geotérmicos de alta temperatura.
Atualmente, perfurar esses reservatórios profundos (de 2 a 5 km) é a única forma usada pelos Estados Unidos para aproveitar comercialmente a energia geotérmica para fins de geração de energia. No entanto, esses locais são limitados e muitos deles já foram explorados.
A boa notícia é que há outra fonte potencial de energia geotérmica que pode ser usada para fins comerciais. Em regiões de subsuperfície com baixa permeabilidade, encontramos rochas quentes e secas, já que reservatórios geotérmicos não conseguem se formar. Cientistas e pesquisadores têm se perguntado como podem transformar essa energia em energia acessível e confiável.
Essa é a ideia por trás dos EGSs, uma técnica que aumenta artificialmente a permeabilidade das rochas nesses ambientes da subsuperfície. (Você pode conhecer melhor esse processo no website do Escritório de eficiência energética e energia renovável dos Estados Unidos.)
O DOE iniciou o projeto FORGE em 2014, quando anunciou uma oportunidade de financiamento para o laboratório de pesquisas de campo do projeto FORGE, um local dedicado a testes avançados sobre EGSs. Propostas para possíveis locais de laboratório em todo o país foram enviadas por universidades americanas ao DOE. O local vencedor fica perto de Milford, Utah, e foi proposto pela Universidade de Utah (criando assim o projeto Utah FORGE).
O DOE disponibilizou US$ 140 milhões durante cinco anos para desenvolvimento e pesquisas no local. Essa pesquisa é complementada por outros projetos de EGSs atualmente em andamento, como o projeto EGS Collab, que também apoiamos.
A Seequent ofereceu arcar com uma parcela significativa dos custos (mais de US$ 300.000) por meio de produtos e suporte da nossa equipe técnica para a equipe do projeto Utah FORGE. A prioridade da equipe é usar produtos da Seequent para visualizar a subsuperfície do projeto FORGE Milford.
“No local do projeto, perto de Milford, há um desenvolvimento comercial de energia geotérmica nas proximidades. Por isso, levantamentos são feitos desde a década de 1960. Há muitos poços perfurados nas proximidades, e a vantagem disso é que existe um enorme volume de dados. Mas eles estão distribuídos em diferentes conjuntos de dados. Estamos trabalhando para reunir tudo em um só lugar. Dessa forma, poderemos começar a entender a estrutura geológica, o fluxo de calor, as relações de estresse e a permeabilidade do local”, comentou Robert.

Eles optaram por compilar todos esses dados no Leapfrog Geothermal, nossa solução de modelagem em 3D para o setor geotérmico. Eles também estão usando o Central, nossa solução de gerenciamento de modelos para visualizar, rastrear e gerenciar dados geológicos em um ambiente centralizado e auditável. Você pode interagir com o modelo do projeto FORGE abaixo usando a nossa ferramenta de visualização na Web, o View:
“Temos pessoas em todo o país trabalhando nesse projeto. Para nós, é essencial integrar geocientistas e engenheiros a fim de obter suas contribuições e garantir que eles trabalhem no mesmo modelo”, destacou Robert.
“Quando vi a interface do Central, percebi que deveríamos usá-lo, pois temos uma equipe muito grande e tudo está em constante mudança. Uma pessoa não pode representar um gargalo para a atualização dos dados. Precisamos ter controle para obter a visão geral“, argumentou Robert.
É essencial que eles interpretem um modelo preciso da subsuperfície, pois isso afetará a pesquisas sobre EGSs. Isso é essencial, pois os EGSs têm potencial para fornecer energia limpa, econômica e confiável para as próximas gerações.

“Com os EGSs, seria possível obter algumas centenas ou milhares de gigawatts de recursos geotérmicos. Mesmo se pudéssemos aproveitar apenas 25% disso, estamos falando de centenas de gigawatts de energia elétrica, o que pode fazer uma grande diferença”, destacou Robert.
Para entendermos a dimensão disso, 100 GWs poderiam fornecer energia para aproximadamente 100.000.000 casas nos EUA.
“Faço isso há mais de 20 anos. E me pergunto que tipo de legado vamos deixar para a próxima geração. Acho que a nossa equipe poderia impulsionar a descoberta científica de uma forma benéfica a curto prazo. Não vai ser fácil. Cometeremos erros, com certeza. Mas estou entusiasmado com o que está acontecendo”, comemorou Robert.