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Por Sean O’Neill

No setor de mineração, decisões que custam bilhões de dólares geralmente são baseadas no que aconteceu meses ou anos antes no galpão de testemunhos de sondagem, um armazém simples perto de uma possível mina de ouro, em que os testemunho de sondagem são transformados em dados. O geólogo David Newton sabe bem disso. No início de sua carreira, ele passou dias longos e frios registrando manualmente dados de testemunhos de sondagem em extensas planilhas do Excel com milhares de linhas de conteúdo. “É aí que a teoria é posta à prova”, disse ele. “Caso os erros de registro passem despercebidos, será difícil corrigi-los depois. E o pior é que as pessoas que registram esses dados geralmente são os funcionários mais jovens e com os menores salários de toda a empresa.”

Em qualquer setor em que os dados são a base para decisões importantes, a precisão é tudo. Isso se aplica especialmente à mineração de ouro, em que os riscos nunca foram tão altos. Na última década, os preços do ouro subiram mais de 160%. Nos últimos seis meses, os preços subiram quase 30%, ultrapassando, pela primeira vez na história, a marca de US$ 3.500 por onça.

Vista aérea da cava a céu aberto Fimiston em Kalgoorlie, a maior cava de ouro a céu aberto da Austrália.
Fonte: Shutterstock

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Uma oportunidade de ouro

Esse encarecimento excepcional está fazendo mais do que aumentar o valor dos portfólios: está invertendo o roteiro da economia do setor de mineração. Minas que foram desativadas décadas atrás e consideradas caras demais para continuar operando estão, de repente, brilhando intensamente. "Quando o ouro prospera, o cálculo da mineração muda", diz Newton, que agora trabalha na Seequent, empresa líder em modelagem de subsuperfície e parte da Bentley Systems, empresa de software para engenharia de infraestrutura. “O que antes não valia a pena ser desenterrado, de repente, volta à cena. É por isso que estamos vendo um interesse renovado em projetos de ouro mais antigos.”

Geólogo da Seequent, David Newton.
Foto: fornecida

Mas reativar uma mina não é tão simples quanto apertar um botão. Antes de deslocar uma única rocha, as empresas precisam responder a várias perguntas importantes: quanto ouro resta, exatamente onde o ouro está e quanto custará para extraí-lo? Eles também precisam determinar o impacto da mina no meio ambiente. “Não nos perguntamos se o ouro está lá, pois há muito tempo sabemos que está. A pergunta agora é: conseguimos extraí-lo de forma econômica, eficiente e responsável?”, explica Newton.

É aí que a transformação digital da mineração reescreve as regras. Esta nova era de mineração de ouro não é determinada apenas pelo preço, mas também por insights baseados em dados, colaboração inteligente e ferramentas integradas que foram desenvolvidas para o futuro. O software da Seequent líder do setor já está impulsionando a exploração moderna. Por exemplo, o recém-lançado Evo, uma plataforma de dados geocientíficos e computação baseada na nuvem, indica um ecossistema de dados mais integrado e de maior colaboração. Com o Evo, é possível obter informações valiosas de projetos anteriores, trabalhar com as informações mais atualizadas e incluir buscas geoespaciais realizadas pela plataforma Cesium da Bentley. O Evo também pode executar aplicativos de inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina. “O Evo não é apenas uma plataforma, ele gera novas ideias e transforma a maneira como os geocientistas trabalham”, destaca o CEO da Seequent, Graham Grant.

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Organização e otimização automatizadas de fotos de testemunhos de sondagem no Imago.
Fonte: Seequent

Do papel à inteligência artificial

Muitas das minas de ouro que voltaram a atrair a atenção da indústria de mineração foram fechadas nas décadas de 1960, 1970 e 1980, quando os preços do ouro estavam baixos e os custos de extração eram relativamente altos. O conhecimento sobre a localização, a qualidade e a quantidade do ouro restante costuma estar tão enterrado quanto o próprio metal. “Para as minas fechadas naquela época, esses dados estão no papel ou, na melhor das hipóteses, em planilhas do Excel. Ainda hoje, há clientes que utilizam papel em determinadas etapas dos fluxos de trabalho de mapeamento”, comenta Newton. Parece que alguns geólogos, assim como os processos que eles estudam, evoluem lentamente.

Porém, trazer esses dados para a era digital agora é parte essencial da exploração com visão de futuro. Profissionais do setor de mineração recorreram à Seequent e seus softwares e plataformas para digitalizar, organizar e reanalisar dados históricos. Dessa forma, eles obtêm informações que antes estavam muito dispersas ou isoladas para serem utilizadas. E, quando esses dados se tornam utilizáveis, a mina também se torna.

Bons dados valem ouro

O sucesso da mineração depende de uma pergunta aparentemente simples: onde devemos cavar? A resposta é baseada em uma cadeia de dados que começa com exploração, perfuração, registro de testemunhos de sondagem, fotos e análise de amostras.

A Seequent reuniu um eficiente conjunto de ferramentas de dados que abrangem todas as etapas do processo de mineração, desde exploração e dados de sondagem até modelagem e estimativa de recursos. Veja como alguns desses produtos funcionam juntos.

Por exemplo, o MX Deposit, uma ferramenta que engenheiros e geocientistas da Seequent desenvolveram para fazer registros de testemunhos de sondagem e eliminar erros caros. Ele segue padrões comuns para simplificar a entrada de dados e armazená-los com segurança na nuvem. Outra solução de software, o Imago, inclui fotos de alta resolução à imagem. Ele coleta contexto visual e usa aprendizado de máquina para identificar automaticamente feições ou estruturas.

E, em seguida, vem a modelagem. O Leapfrog Geo, o principal produto da Seequent, cria um modelo em 3D da subsuperfície, interpolando essencialmente dados de sondagem e "ligando os pontos" entre furos de sondagem para criar uma imagem clara do que está abaixo do solo. O Leapfrog Edge leva esse modelo ainda mais longe, aplicando dados geoestatísticos avançados para estimar quanto ouro (ou cobre, ou qualquer outro recurso) existe no material entre os furos de sondagem de amostra. “Imagine procurar um veio de ouro fino com um centímetro de espessura enterrado a um quilômetro de profundidade É preciso saber exatamente para onde se está indo e quanto há para extrair.

Essas ferramentas não trazem apenas precisão e exatidão”, destaca Newton. Elas também têm a ver com confiança. “Quando os clientes da Seequent relatam uma estimativa de recursos, o preço de suas ações pode mudar. Portanto, essa estimativa tem que ser precisa, pois, se não houver ouro lá, todo o negócio desmorona”, reitera.

Furos de sondagem com respectivas análises de ouro e envoltórias de teor de interpretação mostrados no 3D Viewer do Seequent Evo.
Fonte: Seequent

Evolução de um ecossistema

Os produtos Seequent são usados por oito das dez maiores empresas de mineração do mundo, incluindo Rio Tinto, BHP e Newmont, além de muitas empresas menores. E, embora cada uma dessas ferramentas seja líder do setor por si só, a Seequent agora permite que elas se conectem e evoluam para um nível superior.

Essa força unificadora é o Seequent Evo, uma plataforma na nuvem lançada recentemente, projetada para conectar dados, profissionais e ferramentas em um único ambiente de colaboração. Ele representa uma mudança de combinações ou patches de softwares independentes para um ecossistema de dados totalmente integrado.

O Evo marca uma nova era da mineração digital. Ele consolida todos os dados geocientíficos, não só da Seequent, mas também de aplicativos de terceiros, em uma única fonte de informações que pode ser facilmente atualizada e auditada. Por meio de APIs abertas e espaços de trabalho seguros na nuvem, o Evo libera dados geológicos de seus vários silos e possibilita a visualização e o compartilhamento de insights entre os profissionais, as ferramentas e os territórios.

No lançamento oficial do Evo na convenção da PDAC 2025, em março, o presidente do Northern Miner Group, Anthony Vaccaro, disse que o Evo estava “quebrando esses jardins murados [e] tornando os dados mais acessíveis do que nunca. E ele permite que empresas compartilhem e transfiram informações geológicas sem precisar de um doutorado para decifrar o sistema de arquivos de outra pessoa”.

Segundo Grant, CEO da Seequent, essa abertura é um divisor de águas em um campo onde os dados historicamente ficaram bloqueados em formatos proprietários. “Estamos acostumados a chegar de onde ninguém espera, e com o Evo conseguimos fazer isso. Estamos avançando na direção completamente oposta a todos os outros. Acreditamos que ele pode aumentar o valor dos dados a níveis inacreditáveis para os nossos clientes do setor de mineração e, por isso, estamos muito empolgados.”

Assim como a Bentley lidera em gêmeos digitais por meio da sua plataforma iTwin, o Seequent Evo representa a expressão dessa visão da subsuperfície, transformando informações dispersas em um modelo vivo e evolutivo da subsuperfície. E em um negócio criado com base em dados concretos, o Evo está ajudando a redefinir o que isso realmente significa.

A Seequent BlockSync block model in Leapfrog showing estimated gold grade variability alongside drilling

O modelo de blocos BlockSync no Leapfrog mostrando a variabilidade do teor de ouro estimada na perfuração.
Fonte: Seequent

Uma nova geração de ferramentas

O Evo traz consigo sua própria nova geração de ferramentas pioneiras. O BlockSync, por exemplo, é criado no Leapfrog Edge e remodela o processo de conciliação no controle de teores, essencialmente o controle de concentração de minerais, transformando a modelagem em blocos em um processo dinâmico baseado na nuvem. Aqui, os profissionais podem acessar, atualizar e revisar o mesmo modelo em tempo real, garantindo consistência e eliminando o caos de versões.

Outra ferramenta, o Driver, aplica aprendizado de máquina a dados estruturais de furos de sondagem, acelerando a análise exploratória e revelando padrões que, de outra forma, poderiam passar despercebidos. “[O Driver] potencializa demais a compreensão das tendências estruturais e da dinâmica do seu depósito. É incrível”, diz Grant.

O burburinho em torno do Evo na convenção da PDAC refletiu a demanda do setor por mais conhecimento. Com o ouro em altas recordes e os ativos tradicionais novamente em foco, plataformas como o Evo e as ferramentas criadas com base nele ficam disponíveis na hora certa.

Melhor para os negócios e para o planeta

A modelagem precisa não é boa apenas para os resultados financeiros, mas também é essencial para a sustentabilidade. “Se for possível deslocar menos rochas para obter mais ouro, não só será mais barato, mas também menos prejudicial para o meio ambiente”, reforça Newton. E não apenas em termos de impactos físicos, mas também de emissões geradas pelas máquinas pesadas de mineração a diesel.

Os benefícios vão além da mina. No Canadá, por exemplo, muitas minas antigas estão localizadas em terras das Primeiras Nações ou perto delas, em áreas remotas onde as oportunidades de emprego podem ser escassas. Quando os dados tornam um projeto viável novamente, eles podem gerar empregos, treinamento e investimentos de longo prazo. “Uma mina que antes não era econômica pode, de repente, ajudar a sustentar uma comunidade”, diz Newton.

Essa mudança rumo a uma mineração mais inteligente e sustentável está avançando rápido e, em sua essência, é uma transformação digital que está remodelando todo o setor.

O futuro digital da mineração

A mineração está deixando para trás registros impressos, modelos isolados e suposições fundamentadas para entrar em uma nova era de dados integrados, colaboração em tempo real e análises baseadas em inteligência artificial. Com o Evo, cada etapa do processo, desde a primeira amostra de testemunho de sondagem até a decisão final de investimento, é integrada a um modelo conectado e vivo, desenvolvido não só para oferecer precisão, mas também transparência, confiança e agilidade.

Porém, o galpão de testemunhos de sondagem ainda é uma realidade. A diferença agora é o que acontece em seguida. Essa rocha se transforma em dados precisos, e esses dados entram em um ecossistema capaz de gerar insights inéditos, que podem fazer a diferença entre reabrir uma mina ou deixar milhões no subsolo.

“A migração para o digital na mineração ainda está no início, quase vinte anos depois”, pondera Newton. “Mas o Evo é genuinamente revolucionário. Não é apenas uma plataforma, é uma base. O que vem a seguir na mineração será construído com base nisso.”

  • Este artigo foi publicado pela primeira vez no The Bentley Brief. A Seequent é a empresa da Bentley com foco em subsuperfícies.

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