Por Fiona Jeffreys
Migrar dados do papel para a nuvem é uma iniciativa estratégica do Departamento de transporte e desenvolvimento da Louisiana, visando impulsionar uma infraestrutura de transporte mais resiliente para o futuro.
O orçamento de investimento em infraestrutura de US$ 146,2 bilhões para 2025, do Departamento de transportes dos Estados Unidos inclui fundos alocados para avanços baseados em dados que dão suporte a um legado de transporte duradouro que beneficiará o país e a economia nos próximos anos.
Alinhada com essas metas e para garantir que a infraestrutura de transporte permaneça resiliente, eficiente e preparada para o futuro, a equipe do Departamento de transporte da Louisiana (DOTD) migrou com sucesso dados geotécnicos de mais de 2.500 projetos para a nuvem, abrindo caminho para que outros departamentos de transporte na América do Norte façam o mesmo.

O clima e a geologia característicos da Louisiana apresentam desafios adicionais, já que chuvas frequentes, subsidência e furacões sazonais contribuem para solos macios e pantanosos.
Fonte: Primoris Heavy Civil
“Os dados são um ativo, têm valor e precisam ser gerenciados adequadamente”, destaca Gavin Gautreau, engenheiro sênior de pesquisa geotécnica no Louisiana Transportation Research Center (LTRC), braço de pesquisa do DOTD.
Com mais de 10 anos de experiência no setor geotécnico privado e 22 anos no LTRC (geotecnia), Gautreau lidera sua equipe para melhorar fluxos de trabalho e impulsionar a inovação. O foco está em transformar pesquisas baseadas em dados em soluções concretas, visando aumentar a resiliência da infraestrutura de transporte no futuro.
“O potencial da nuvem para transferência e armazenamento rápidos e seguros de dados geotécnicos, unido aos recursos em evolução da inteligência artificial e do aprendizado de máquina, aprimorarão o futuro das práticas de engenharia geotécnica e do setor de transporte como um todo”, disse Gautreau.
Estabelecimento de um roteiro digital
O DOTD atende às necessidades de transporte de moradores, empresas e parceiros governamentais. Isso inclui o gerenciamento e o desenvolvimento de infraestrutura crítica, como estradas, pontes, aeroportos, portos, ferrovias e hidrovias.
Como muitas organizações, elas estão sob pressão para fazer mais com menos. O clima e a geologia característicos da Louisiana apresentam desafios adicionais, já que chuvas frequentes, subsidência e furacões sazonais contribuem para que o solo dos estados do sul seja macio e pantanoso.
“Precisávamos de uma visão de longo prazo sobre as condições do solo da Louisiana. Levantamentos do solo podem ser caros, por isso preservar esses dados foi o nosso primeiro passo. Capitalizar esses dados pode ser nosso próximo passo”, declarou Gautreau.
O DOTD decidiu migrar do papel para o digital há uns anos, entendendo que, embora os registros impressos contenham dados geotécnicos valiosos, um sistema de gerenciamento digital aumenta o uso de dados históricos para projetos atuais e futuros.
“Estabelecemos um roteiro para o nosso destino com uma série de metas ao longo do caminho. Cada passo, por menor que seja, contribuiu para avançar a pesquisa e a implantação rumo ao objetivo de um gerenciamento eficiente dos dados geotécnicos. Ter uma referência dentro de uma empresa para liderar esse tipo de esforço digital é essencial”, explica Gautreau.

Vista aérea do projeto da ponte que liga Leeville a Golden Meadow, no Condado de Lafourche, Louisiana.
Fonte: Primoris Heavy Civil
Uma referência para sua causa baseada em dados
O administrador assistente de engenharia geotécnica, Jesse G. Rauser, desempenhou um papel fundamental na transição do DOTD do gINT para o OpenGround. Seu objetivo final era gerenciar dados de forma mais eficiente e garantir consistência, confiabilidade e repetibilidade em suas práticas geotécnicas.
O OpenGround oferece gerenciamento de dados geotécnicos integrados na nuvem para levantamento terrestre de engenharia civil e recentemente alcançou o status Em andamento do Programa Federal de Gerenciamento de Riscos e Autorização (FedRAMP)®.
Aproveitando os recursos do OpenGround, Rauser e a equipe do DOTD simplificaram a migração de 2.500 projetos padronizando formatos de dados e centralizando informações geotécnicas. Eles desenvolveram ferramentas para automatizar solicitações de sondagem, gerar gráfico de parâmetros de desenvolvimento de projetos e integrar gerenciamento de dados de laboratório, reduzindo significativamente o tempo gasto na entrada manual de dados e na geração de gráficos.
“Precisamos começar a pensar nos dados como um ativo e não como algo a ser armazenado ou arquivado. Além disso, queremos incentivar os engenheiros a iniciar o processo de gerenciamento de dados o mais cedo possível e eliminar formulários em papel. Algumas pessoas acham que o registro impresso ainda é muito importante, mas não são elas que fazem o projeto”, ressalta Rauser.
A equipe geotécnica do DOTD agora reconhece os benefícios de dados digitalizados e centralizados. Uma eficiência imediata é observada na caracterização do local, pois não é mais necessário gerar gráfico manualmente dos pontos de dados em papel milimetrado.
“Ficava enlouquecido ao andar pelo escritório e ver alguém digitando números de um registro de sondagem do solo em uma planilha, enquanto outra pessoa já havia inserido os mesmos dados algum tempo antes”, comenta.

O administrador assistente de engenharia geotécnica do DOTD, Jesse G. Rauser, desempenhou um papel fundamental na transição do gINT para o OpenGround no departamento.
Pare de perder tempo
No OpenGround, cálculos e visualizações podem ser gerados minutos após o recebimento dos arquivos de dados, reduzindo significativamente o tempo e o custo para o contribuinte.
“Cada sondagem do solo custa cerca de US$ 15.000, e possivelmente ainda mais nos dias de hoje”, enfatiza Rauser, referindo-se às necessidades típicas de sondagem e teste para a fundação de pontes. Preservar dados dessas sondagens é extremamente valioso, pois elimina a necessidade de revisitar o local e fazer outros furos de sondagem. “Em vez disso, podemos aumentar o uso das informações existentes, economizando tempo e recursos.
Acredito que nosso formulário simplificado de solicitação de sondagem economiza facilmente de 30 minutos a uma hora em cada projeto, e as ferramentas que desenvolvemos para visualizar dados e realizar análise estatística economizam pelo menos uma hora por projeto”, comemora.
“Sem dúvida, estamos obtendo reduções substanciais de tempo em nossos projetos simplesmente por termos dados bem organizados e acessíveis. As ferramentas que desenvolvemos nos permitem economizar várias horas em cada projeto, o que, quando considerado em múltiplos projetos, gera um impacto cumulativo considerável.
Os benefícios aumentam à medida que continuamos carregando mais dados reais do projeto, em vez de apenas imagens digitalizadas ou registros incompletos”, destaca Rauser.
O Departamento também está trabalhando com um consultor para desenvolver ferramentas baseadas na Web que podem processar vários dados de entrada, incluindo dados da API do OpenGround, para automatizar alguns dos cálculos estatísticos tediosos necessários para avaliar a variabilidade do local.
Isso ajudará o DOTD e seus consultores a adotar uma metodologia específica de desenvolvimento de projetos, enquanto torna seu trabalho fácil de verificar.
“Com o OpenGround, podemos acessar facilmente todos os dados e gerar estatísticas diretamente em um navegador da web, oferecendo essa ferramenta online ao nosso consultor sem que ele precise perder tempo com cálculos — já está tudo pronto.”
2500
Projetos do DOTD migraram para a nuvem com sucesso
US$ 146,2 bilhões
Orçamento de investimento em infraestrutura do Departamento de transportes dos Estados Unidos (DOT) para 2025
É preciso ser um agente de mudança
A transição para o OpenGround não ocorreu isenta de desafios, mas tanto Rauser quanto Gautreau enfatizaram a importância dos profissionais terem a mente aberta a novas tecnologias.
“A resistência a mudança era mais comum entre engenheiros que se sentiam mais confortáveis com os métodos tradicionais, mas quando começaram a ver os benefícios, ficaram mais propensos a migrar para o gerenciamento de dados digitais”, ressalta Rauser.
Rauser sugeriu que a resistência a mudança também pode vir da “falta de confiança na durabilidade dos dados digitais armazenados na nuvem, em comparação com registros impressos tangíveis”.
Quando as pessoas veem como um banco de dados centralizado simplifica o planejamento de projetos, reduz a entrada manual de dados e permite revisões rápidas e independentes do trabalho dos engenheiros, elas reconhecem seus benefícios.
O grupo geotécnico do DOTD está localizado em Baton Rouge, Louisiana, mas Gautreau reconhece o valor da nuvem para ajudar a centralizar dados para outros departamentos de transporte e empresas que têm vários escritórios geotécnicos e precisam acessar suas informações.
“Os recursos na nuvem do OpenGround deveriam ajudar a acelerar e facilitar o compartilhamento de dados entre os escritórios. Queremos compartilhar dados com nossos parceiros de consultoria contratados, outras agências da Louisiana e departamentos de transporte estaduais vizinhos. Imagino que outros departamentos estaduais de transporte tenham objetivos semelhantes”, disse Gautreau.